"Espera. Você tem 32 anos. Você tem que casar. Tem que ter filhos.”
Pensei no meu pai dizendo para lembrar de tudo o que ele havia me ensinado, mas que se não fosse suficiente, que eu esquecesse tudo e fosse feliz. Ele sempre disse que era a única coisa que realmente importava.
Eu não “tinha que” nada.
Eu havia sido incrivelmente feliz por 27 anos. “Eu era feliz e sabia” e em momento algum precisei me perguntar nada para ter certeza disso. Mas agora aos 32 era diferente. Eu sabia o que tinha mudado. Um Deus que eu já não entendia muito bem havia levado para junto de si o meu querido pai, e junto com ele tanta coisa que eu já não sabia dizer o quanto era eu. Precisava descobrir se quisesse continuar vivendo. Não podia continuar metade.
Eu não “tinha que” nada.
Aos 32 anos fiz o caminho avesso daquele que todos esperavam. Pedi demissão de um bom emprego, vendi o meu carro e fiz as minhas malas rumo à Los Angeles sem falar uma palavra em inglês, com o objetivo de estudar a língua e investir naquilo que mais amava fazer nessa vida: escrever. Com as malas praticamente prontas, o homem da minha vida apareceu. O que eu não sabia quando decidi seguir o meu coração, era que Deus mandaria todas as outras coisas junto com ele.
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