Amaro, o personagem principal, é um escravo foragido que anseia ser dono de seu próprio destino. É aceito como marinheiro, o que lhe permite realizar o seu sonho de liberdade e que, associado ao seu físico imponentemente muscular, "sem um osso à vista", claramente mais possante que o dos outros marujos, o transforma em alguém voluntarioso e benevolente, de tal forma que recebe a alcunha "Bom Crioulo".
Romance do realismo, corrente literária resultante do positivismo, que traz uma visão pessimista em relação à vida do homem, e vai retratar o real, o mundo material tal como ele é e o homem dentro deste mundo coletivo, fruto desse seu meio-ambiente.
Bom-Crioulo chocou a sociedade, tanto pelo tema abordado (o homossexualismo), quanto pelas cenas que retratam a realidade crua. O homem envolvido por um ambiente, segregação racial, perversões decorrentes de ambientes reclusos da sociedade são temas que a obra expõe.
A disciplina da Marinha de Guerra parece-lhe suave quando comparada com a das fazendas de café, onde era escravo, e o Bom Crioulo só vai senti-la duramente quando conhece Aleixo, um belo grumete adolescente louro, de olhos azuis, por quem se apaixona. Amaro deixa de ser o marinheiro submisso. Envolve-se em brigas para defender o seu amado, embebeda-se, é castigado. Mas o que obtêm em troca de Aleixo é mais gratidão que amor.
Ficção / LGBT / GLS / Literatura Brasileira / Romance