"Dois percursos, permanentemente entrecruzados. Num, um grande cineasta em busca de raízes no cinema expressionista alemão; noutro um andarilho-autor na esperança de salvar a vida de alguém não menos importante: Lotte Eisner, uma das maiores críticas deste mesmo expressionismo. Werner Herzog, personagem único destas duas trajetórias, um dos maiores cineastas alemães contemporâneos, torna-se literato sem abandonar a estética cinematográfica.
Caminhando no gelo (de Munique a Paris) é o relato de uma viagem, de um ato de sacrifício, para encontrar a grande amiga Eisnering, um relato que é ao mesmo tempo parte integrante de seus filmes, como se tudo compusesse uma só história. Daí a insistência de Herzog em afirmar: "Gosto mais deste livro do que de todos os meus filmes".