Capitalismo Cognitivo: trabalho, redes e inovação

Capitalismo Cognitivo: trabalho, redes e inovação Alexander Patez Glavão...


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Capitalismo Cognitivo: trabalho, redes e inovação





O surgimento de novas formas produtivas acusa a ocorrência de uma transformação no regime de acumulação capitalista outrora assentado na grande indústria: nota-se atualmente um deslocamento veloz das próprias forças produtivas, das instâncias de produção de valor, em direção a atividades imateriais. Esse novo arranjo do processo de produção, que a liberta da ordem fabril do trabalho assalariado, transpõe o chão das fábricas e sacode a fuligem torpe das maquinarias, consolida-se na medida em que se estreita a integração das novas tecnologias de informação e comunicação às práticas produtivas de ampla escala. O que de mais expressivo assoma nesse processo de transformação, pelo qual se introduz no decurso da cadeia fabril a atividade imaterial, não se refere exclusivamente à consideração que se vem atribuindo ao setor terciário: reside, sobretudo, no fato de estarem os serviços a tornar-se cada vez mais industriais, configurando uma rede de trabalho que desavém da tradicional divisão entre o trabalhador e os meios de produção, entre o mundo do trabalho e o mundo da vida. A hipótese do capitalismo cognitivo, entretanto, vai além das abordagens neo-industriais e aduz a perspectiva de mudança radical das formas de produção, acumulação e organização social que as novas tecnologias promovem. Se o conhecimento não se incorpora a coisa alguma em função da qual seja possível estimar-lhe um preço ou lhe imputar um peso econômico, e se portanto parece romper-se a referência material do valor, convém indagar o que afinal representa a razão de ser desse novo patamar produtivo denominado capitalismo cognitivo. Este livro vem oferecer algumas respostas a essa questão. Nas mudanças decorrentes da emergência e da ampla difusão das novas tecnologias da informação e da proporção cognitiva da economia, a produção intermitente do "novo" ressalta como elemento comum e principal, e a invenção passa a consistir no ingrediente indispensável para o desenvolvimento dos sistemas econômicos. Diante da redisposição da ordem produtiva, e observando seus efeitos que adaptam as relações de trabalho a outras exigências de mercado e as submetem a outras formas de exploração, é importante discernir de que maneira o novo é produzido. Na "economia do conhecimento" o saber manifesta-se como força produtiva e fator fundamental de produção nas economias contemporâneas. O conhecimento traduz-se no novo sempre quando concorrem as condições adequadas e necessárias para sua circulação e para sua implementação no processo produtivo. Os capítulos desta obra tratam da ligação entre capital, conhecimento e tecnologia. Os novos sistemas produtivos, estruturados no formato de rede, em cuja extensão esses elementos congregam-se e se sobrepõem, já prenunciam que o capitalismo avança rumo a outro estágio de sua evolução, recompondo-se em função de uma nova disposição de forças produtivas e de meios modernos de geração do valor, embora preserve a imparidade das relações de trabalho, a má distribuição dos recursos que gera e a dissimulada exaltação a um suposto progresso que apenas agrava e torna mais eficientes métodos seculares de exploração. Os autores reunidos neste livro propõem compreender o modo como operam atualmente esses mecanismos, cujo funcionamento permanece ainda - sugestivamente - pouco esclarecido.

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on 22/9/09


Livro com vários artigos sobre o tema que é o título. Boa literatura pra quem busca coisas novas dentro da academia e pra quem gosta de ousadia nesse âmbito. Usei pro meu trabalho que apresentei em jornadas universitárias.... leia mais

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Gabriel
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22/09/2009 20:01:16