No livro Cartas a Probo, não me dirijo àqueles irmãos espíritas que têm plena convicção no que creem. Não me dirijo àqueles que deliberada e conscientemente escolheram o kardecismo a teosofia, o hinduísmo ou outras correntes deste tipo, advertidos e cientes de que tal caminho, embora tenha seus valores positivos, possui uma radical incompatibilidade com o cristianismo, assim como é compreendido na sua Tradição católica e protestante mais coerente, antiga e vigorosa.
Dirijo-me àqueles que, como eu, são cristãos por história, por família, por formação, embora sem nunca terem recebido a formação suficiente, e que, em algum momento enredaram-se pelas doutrinas espíritas, sem se dar conta de que elas são radicalmente incompatíveis com o cristianismo. Dirijo-me aos que acreditam que podem ser cristãos – no sentido em que esta palavra é compreendida no seio do cristianismo que tem uma história, um fundamento, uma coerência e uma tradição - e ao mesmo tempo não sabem como responder a doutrinas como a reencarnação, o carma e a mediunidade. Trata-se, neste caso, de resgatar o cristianismo, preservar o “caniço fumegante”, esclarecer e dar os fundamentos da fé cristã. Distinguir claramente aquilo que é coerente, é verdadeiro, está de acordo com o seguimento de Jesus, daquilo que é incoerente, inconsistente, artificial ou simplesmente falso.
Religião e Espiritualidade