Após a morte de Santa Teresa, em 15 de outubro de 1582, o seu admirável carisma de Reformadora passou por vicissitudes que lhe ofuscaram o brilho, dando-lhe uma feição de aspereza e rigidez que não lhe pertence. Passados três séculos, o Espírito Santo suscitou-o renovado na alma de Santa Teresinha, em Lisieux, como estrela de primeira grandeza da Igreja.
Poe entre grandes provações, Santa Teresinha encontrou no amor o Absoluto, e foi direto ao essencial teresiano: a clausura e a comunidade, isto é, o silêncio e a caridade. Buscando a Deus no centro de sua alma, "naquele aposento mais íntimo", e na caridade fraterna, sem perder oportunidades, chegou ao heroísmo do rigor na penitência para salvar as almas, segundo o Evangelho e o carisma de Santa Teresa de Ávila.
Passado outro século, ao celebrarmos o IV centenário da morte da grande Reformadora, vemos Santa Teresa proclamada Doutora da Igreja por seu carisma e por sua doutrina, sancionados pelos documentos do Concílio Vaticano II, e ilustrados pela vivência de Santa Teresinha de Lisieux, proclamada padroeira das Missões.
Um castelo dividido em várias moradas foi a comparação que Santa Teresa utilizou no século XVI para descrever os sucessivos estágios que a alma percorre no seu caminho em direção a Deus. Este livro transmite a doutrina espiritual da reformuladora do Carmelo e, ao mesmo tempo, reflete sua experiência pessoal. As sete moradas da vida interior em que se divide a obra representam as etapas da santidade que o homem tem de alcançar até chegar à perfeição.
Religião e Espiritualidade