Celeste é um romance naturalista de 1893, escrito pela gaúcha Maria Benedita Bormann, sob o pseudônimo de Délia. A narrativa revela os impulsos sexuais “exarcebados” da protagonista Celeste, mulher branca da elite carioca da segunda metade do século XIX, o que a impede de cumprir seu papel social de esposa. Este romance, embora considerado obsceno por seus contemporâneos, alcançou relativo sucesso no momento de sua publicação, sobretudo porque tematiza a sexualidade feminina em um momento de silenciamento, negação e controle do sexo e do prazer das mulheres burguesas. Celeste mobiliza explicações médicas e científicas para comportamentos humanos, que são classificados e medicalizados à luz da ciência da época. Além disso, esta obra exponhe o casamento como uma instituição social abominável, que leva, inevitavelmente, à infelicidade das famílias. (Via Ludmila de Souza Maia.)
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