As vozes da favela e do asfalto se unem num auto de natal contra a injustiça em Cidade de Deus, de Luiz Roberto Nascimento Silva, ilustrado com gravuras de Ciro Fernandes. Sua poesia propõe abranger o possível e o imaginado, cimento e barro, favela e fábrica
Nos seus versos estão a realidade discrepante, os conflitos crus dos viadutos, dos túneis, da paisagem. Ruas e avenidas se entrelaçam na fala dos personagens com as quais convivemos na rígida megalópole: pessoas oprimidas como a mulher refletindo sobre sua vida difícil, o milionário e sua liberdade vigiada, o pai explicando a cidade aos filhos, a criança que espera Papai Noel apesar das mazelas, da fome( mandíbulas mastigando a fome/como se o ar fosse chicletes).
Poemas, poesias