"Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?”Amós 3:3.
A expressão, “andar junto”, é comumente usada nas Escrituras como uma representação de comunhão. “Enoque andou com Deus: e já não era; pois Deus o tomou para si.” (Gênesis 5:24). Comunhão, em seu sentido completo, implica em atividade. Não é meramente a contemplação, é ação, e, portanto, na medida em que andar é um exercício ativo, e andar com uma pessoa é ter comunhão com ele, vemos como andar vem a ser a imagem da verdadeira comunhão com Cristo. Um velho puritano, certa vez disse: "Não dizem se Enoque retornou a Deus e depois O deixou, mas Ele 'andou com Deus'". Através de toda essa jornada, Ele teve Deus como Companheiro e viveu em perpétua amizade com seu Criador.
Existe também outra ideia contida no termo "andar junto". Não é apenas atividade, mas também uma continuidade. Logo, a verdadeira comunhão com Cristo não é um mero espasmo - não é apenas uma emoção num momento de êxtase - mas se é o trabalho do Espírito Santo e se é desfrutada pela alma saudável, será algo contínuo.
Isso também leva ao progresso, pois, ao andar junto, nós não levantamos nossos pés e os abaixamos no mesmo lugar, mas seguimos adiante cada vez mais próximos do fim da nossa jornada. E aquele que tem verdadeira comunhão com Cristo progride. É verdade que Cristo não segue em direção a excelência, pois Ele já atingiu a perfeição, mas quanto mais próximo chegarmos dessa perfeição, mais amizade temos com Jesus - e a menos que progridamos, a menos que busquemos ser mais semelhantes à uma criança na fé, mais instruídos em sabedoria e mais aplicados em servir - a menos que busquemos ter mais zelo e fervor, perceberemos que, em tal momento de inércia, perdemos a Presença do Mestre, pois é somente seguindo ao Senhor que prosseguimos em andar com Ele. Isso, portanto, abrirá seus olhos para ver como andar com uma pessoa é uma excelente imagem para comunhão com Ele e como o termo, "andar com Deus”, é a melhor expressão para a amizade com Deus.
Consequentemente, nosso texto implica na ideia de que dois não podem andar juntos a menos que concordem. E isso nos ensina, portanto, que a menos que estejamos em concordância com Cristo, não podemos possuir o doce estado de comunhão com Ele. Veremos o acordo aqui mencionado. Devemos, em segundo lugar, tentar notar a necessidade desse acordo. E então, em terceiro, devemos convidar todos os cristãos a buscarem esse acordo com Cristo para que possam ter completa comunhão com Ele.
Religião e Espiritualidade