"Os primeiros quatro contos deste volume são justamente os últimos que escrevi. Os demais aparecem na ordem em que originalmente foram publicados. Existem vários tipos de histórias neste livro. Espero que o leitor encontre algo que lhe agrade. Relendo-as agora, incluo entre aquelas de que mais gosto – não considerando, de resto, as que adquiriram tal notoriedade a ponto de professores inserirem-nas em antologias que seus alunos tiveram de possuir para seus cursos de literatura, e aquelas de difícil leitura ou aceitação por parte das pessoas – "A vida breve e feliz de Francis Macomber", "Colinas parecendo elefantes brancos", "As neves do Kilimanjaro", "Um lugar limpo e bem iluminado" e uma história intitulada "A luz do mundo", da qual ninguém gostou muito. Existem outras, claro – mas, se não gostamos delas, não devemos publicá-las. Indo aonde se deve ir, fazendo o que se tem de fazer, observando o que há para observar, qualquer um encontra e identifica material e instrumental para escrever uma história. Quanto a mim, prefiro trabalhá-las e poli-las bastante, prefiro ter de colocá-las, por assim dizer, numa espécie de bigorna, martelá-las até forjá-las a contento, ou mesmo apenas moldá-las numa pedra já formatada, e assim saber que tenho algo sobre o que escrever: prefiro isso a ter aquele material claro e brilhante, já pronto, e não ter nada a dizer, ou então tê-lo limpo e bem lubrificado, guardado no armário, mas fora de uso. Então faz-se sempre necessário utilizar a bigorna. Gostaria de viver o bastante para escrever mais três romances e mais vinte e cinco contos. Conheço alguns casos muito interessantes." — Ernest Hemingway , 1938
Contos / Ficção / Literatura Estrangeira