Contos II

Contos II Eça de Queirós


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Contos II





A presente edição de quatro contos de Eça de Queirós, nas circunstâncias em que ocorre e tendo em conta os motivos que a explicam, carece de uma explicação preambular desdobrada em, pelo menos, dois níveis distintos.
Em primeiro lugar, este volume, intitulado Contos II, integra aquela secção da Edição Crítica das Obras de Eça de Queirós que compreende textos de ficção póstumos e semi-póstumos. De acordo com o critério organizativo que nesta edição crítica tem sido seguido, estes relatos partilham de uma condição que os aproxima de títulos bem conhecidos e já editados nesta série como A Capital! ou Alves & Cia. Trata-se, como é sabido e a crítica queirosiana nos últimos anos frequentemente tem realçado, de textos deixados na oficina do escritor em estádios muito distintos de elaboração e provindos também de épocas muito diferentes, textos às vezes susceptíveis de datação apenas conjecturada. Em todo o caso, a história destes contos, apesar da sua condição póstuma, é bem menos acidentada do que, por exemplo, a d’A Capital! ou a d’A Tragédia da Rua das Flores; e contudo, ela não pode ignorar que as suas primitivas edições foram afectadas por decisões editoriais mais do que discutíveis. Referimo-nos aqui às leituras levadas a cabo pelos filhos do escritor, desembocando nas edições de 1925 («A Catástrofe»), de 1929 («Um Dia de Chuva» e «Enghelberto») e de 1966 («Sir Galahad») (…). Por muito louváveis que tenham sido as intenções que presidiram a essas publicações, a verdade é que o rigor que preside a uma edição como a presente obriga à nova leitura que agora se fez, corrigindo e esclarecendo o que nessas edições primitivas (e mesmo noutras mais recentes) se apresentava duvidoso, discutível ou mesmo equivocado.
Em segundo lugar, a publicação de Contos II, corresponde, de facto, a uma rearrumação do cânone dos textos queirosianos, rearrumação de base genológica que está já a ser seguida por edições posteriores a esta edição crítica: é o caso, por exemplo, da Obra Completa da Nova Aguilar, coordenada por Beatriz Berrini. Isso não impede, como é óbvio, que noutras iniciativas editoriais, com o propósito de ampla divulgação que não é o de uma edição crítica, eventualmente se recuperem designações e respectivas recolhas de títulos póstumos (desejavelmente tendo em conta os textos criticamente fixados), que a tradição editorial queirosiana, bem ou mal, acabou por consagrar junto do grande público.
A presente edição beneficia, naturalmente, do cuidado e do rigor colocado na leitura dos manuscritos queirosianos e na sua apresentação crítica por Marie-Hélène Piwnik. Trata-se, como é sabido, de uma estudiosa com amplas provas dadas não apenas no campo dos estudos queirosianos, mas também noutros domínios dos estudos hispânicos e portugueses. Daí que o seu contributo, mesmo com as dificuldades e com as cautelas a que os póstumos de Eça obrigam, deva ser considerado um passo decisivo na clarificação do cânone queirosiano.
Os trabalhos que conduziram à presente edição crítica tiveram o apoio do Ministério da Cultura, que aqui agradeço, do mesmo modo que desejo realçar a continuidade editorial que pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda tem sido assegurada a este projecto.

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Jean
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14/12/2018 17:08:13

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