Ao longo de quase uma década (1921-1929), a princesa Eugênia von der Leyen, cuja vida se voltara para a contemplação mística de Deus, recebeu diuturnamente, visitas das almas do purgatório, com as quais travava os mais espantosos diálogos.
Sob as mais diferentes formas, até mesmo animalescas (macacos, serpentes), as almas apareciam-lhe e diziam-lhe por que tinham ido para o purgatório, como lá sofriam e como lá podiam ser socorridas. Para isso precisavam percorrer um longo e penoso caminho de purificação, para, depois, escoimadas de todas as manchas, ungirem-se, triunfantes, no amor de Deus.
Na maioria desses encontros -- aos quais as almas compareciam em busca de ajuda --, a princesa sofria muito. Via e sentia coisas terríveis, que chegavam a provocar-lhe sucessivos desmaios. Mas encontrava em Deus forças suficientes para aceitar o sofrimento reparador.
E a ninguém a princesa ousou falar sobre tais aparições -- até que, um dia, as revelou ao seu confessor e diretor espiritual, o pároco Sebastião Wieser, que a aconselhou a anotá-las em um diário, do que resultou este livro.
Conversando com as Almas do Purgatório -- intenso e absorvente -- não é, pois, uma história que se conta, mas uma experiência que se vive. E que não pode ser apreendida pela razão, porque só é acessível aos dotados de fé e, sobretudo, da fé que se apoia na Revelação.