Defred é uma serva: ovários viáveis tornaram-na um objecto precioso na República de Gilead, onde o índice de natalidade caíra para níveis perigosos. Atribuída a um comandante cuja mulher é infértil, o objectivo de Defred é simples: procriar.
Vestida de encarnado desde o véu aos sapatos, com excepção das asas brancas que lhe encobrem o rosto, Defred passa diariamente em silêncio pelos Guardiões da Fé, que controlam cada barreira. Troca senhas por comida. Visita a Muralha, onde traidores ao género e criminosos de guerra são enforcados por atrocidades, outrora legais, cometidas noutros tempos.
À noite, no seu quarto nu, Defred recorda: hábitos curiosos e ultrapassados, como tagarelar, usar papel-moeda, correr. Coisas ilegais: mulheres empregadas, ler, o seu verdadeiro nome, amor. O amor era fundamental para tudo. Agora é irrelevante.
Através dos olhos de Defred são-nos mostrados os recantos negros por detrás da fachada calma da República de Gilead: um regime que toma o Livro do Génesis absolutamente à letra, com consequências bizarras para as mulheres, assim como para os homens.
Distopia / Ficção / Literatura Estrangeira / Romance