Aqui estamos para perceber outras peças, cores e nuances da juventude brasileira. São muitas as imagens em torno da ideia de juventude: uma fase da vida, uma determinada faixa etária, um jeito de ser. Há certa dificuldade em definir a categoria, pois a juventude se constrói ao mesmo tempo, com variadas condições sociais e diferentes tipos de representações.
O Caderno Os jovens e a escola discute a fundo o conceito de juventude e nos faz perceber a importância de estarmos atentos às múltiplas condições da vida juvenil. Ou seja, há uma diversidade de situações sociais (diferenças da condição econômica), culturais (etnias e raças, gênero, sexualidade, identidades religiosas, valores etc.) e geográficas, entre outros aspectos, que cada jovem vivencia. Por isso é que apontamos, como Juarez Dayrell, que “na realidade, não há tanto uma juventude e sim jovens, enquanto sujeitos que experimentam e sentem segundo determinado contexto sociocultural onde se inserem”.
Percebemos que, além de ser marcada pela diversidade, a juventude é uma categoria dinâmica. Ela vem se modificando ao longo do tempo e nas diferentes sociedades. Focando-nos no contexto atual, atravessado pelo fenômeno da comunicação digital, precisamos compreender como as tecnologias da informação e comunicação (TICs) marcam as nossas relações sociais e, mais ainda, as interações e experiências juvenis.
Vamos juntos buscar perceber as escolas do Ensino Médio Inovador como espaço de expressão da diversidade das juventudes. Esse exercício demanda um esforço de nós professores para conhecermos e melhor compreendermos os jovens alunos. Daí a necessidade de relacionar as noções de juventude, suas caracterizações, atribuições e significados aos contextos socioculturais concretos de cada sociedade, de cada grupo social, de cada escola. Para ultrapassar imagens comuns e superficiais com as quais os jovens são representados pela mídia, pelo Estado e outras instituições, precisamos construir um novo olhar sobre esses sujeitos.
Nesse eixo temático, pretendemos, portanto, observar as atuais culturas e expressões juvenis, bem como as relações com as tecnologias digitais, principalmente a internet. Afinal, quem são os jovens alunos e alunas da sua escola? Com o que se identificam? Eles participam de grupos culturais? Como se constroem os sujeitos e suas relações de amizade, trabalho e escolarização, atravessados pelo contexto de práticas e vivências com as novas tecnologias? Convidamos você para refletir.
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