"Das cores do silêncio trata o tema clássico do fim da escravidão no Brasil, tanto a partir de um enfoque de mais longa duração (...) quanto a partir de um enfoque de duração mais curta, que privilegia a vivência dos atores diretamente envolvidos, isto é, as expectativas e ações de senhores e escravos. (...) O grande debate do livro é o da reelaboração das condições de dominação quando do fim das relações escravistas, intrinsecamente marcadas pela violência, mas nem por isso desprovidas de uma "economia moral" que demarcava um complexo espaço, público e privado, em que senhores e escravos negociavam os significados da liberdade. (...) Neste sentido, o livro redimensiona e esclarece uma série de questões, como a da multiplicidade das relações de trabalho no campo; a das bases político-culturais de uma ideologia do branqueamento; e também, a da centralidade de um debate sobre direitos civis que, mal se anunciara em profundidade, iria conjugar-se com a demanda de direitos políticos e sociais, desencadeada pela República." (Angela de Castro Gomes)