Eu sempre tive uma curiosidade pela vida real dos escritores e artistas em geral. Sempre quis ver a autobiografia nas entrelinhas da ficção, sempre quis ver a verdade, a vida. Acho que é por isso que eu gosto tanto de livros de Cartas dos escritores ou de filmes e livros de ficção que deixam escapar a realidade em meio às cenas inventadas.
Sou uma apaixonada pela vida pulsante que existe na escrita de alguns artistas – vida que infelizmente em alguns escritores é muitas vezes abafada pela técnica e por uma vontade idiota de homogeneização. Foi dessa paixão pela transparência que surgiu a vontade de fazer o meu primeiro livro uma obra absurdamente pessoal. Daquelas que a pessoa, ao acabar de ler e tem a sensação de ter se tornado minha amiga. E foi justamente por sugestão desses meus “amigos” leitores, que já me liam no meu site, nas revistas e outras publicações que eu escrevo, que eu percebi que valia a pena publicar esse livro que tem a minha alma na cara: De Abismos e Vertigens. Foi tudo muito rápido, a decisão, a publicação pela editora Sulina, o lançamento em outubro de 2004.
É um livro que faz pensar (can’t help it, sou uma criatura formada em Filosofia...). É a compilação das minhas crônicas publicadas, das não publicadas, e grande parte do meu Diário. Sim, é um livro meio louco. Mas talvez justamente por isso você venha achar interessante. Ou não.