"Deixando de lado os possíveis imprevistos, um bom vagabundo, jovem e ágil, pode resistir até o fim num trem, apesar de todos os esforços da tripulação para despejá-lo - dado, é claro, a noite como condição essencial. Quando tal vagabundo, sob tais condições, decide firmemente que irá resistir até o fim, não há modo legal pelo qual os tripulantes do trem possam desalojá-lo. A menos que apelem para o assassinato. Por isso, muitas vezes, os restos mortais de vagabundos são recolhidos à beira das linhas férreas e uma nota nos jornais menciona que um desconhecido - vagabundo, sem dúvida; embriagado, com certeza - provavelmente adormeceu nos trilhos." (Trecho de De vagões e vagabundos)
Jack London (1876-1916) é um dos maiores escritores de aventuras de todos os tempos. Autor de clássicos como O lobo do mar e Chamado selvagem, teve uma existência breve mas repleta de ação e emoções. Neste volume, basicamente autobiográfico, ele narra sua infância paupérrima, a adolescência indômita e a maturidade bastante politizada.