Para viver o luto serão necessárias duas grandes forças: uma para aceitar a dor e outra para despedir-se dela. O luto é um processo que nos leva a rever o passado como condição para nos movermos livremente em direção ao futuro. Este é um processo solitário, carregado de questionamentos. No entanto, o luto causado por suicidas torna-se ainda mais complexo, pois o enlutado recebe sobre sí a sobrecarga do estigma da morte autodestrutiva: uma sombra para a qual a sociedade ocidental tenta evitar olhar, pois ela revela sua própria tendência destrutiva.
Sheila Clark,, médica australiana, dedica-se há anos à formação de grupos de apoio àqueles que enfrentam o luto causado por suicidas. Neste livro, ela compara o processo de luto com a difícil escalada de uma montanha, na qual o enlutado terá que gerar esforço e perseverança para confrontar-se com diversos obstáculos, tais como choque, medo, culpa, ansiedade, raiva, crises de valores e isolamento. Para tanto, a autora sugere mapeamentos, questionários e conselhos práticos que ajudarão o leitor no seu processo de reconstrução interior.