Depois eu conta: diário dos miseráveis

Li. Reli. E pesquisei. Segundo a fonte ao alcance de todo leitor, o grifo é, entre outras coisas, um signo zodiacal que representa o senso de justiça apurado e valoriza as artes e a inteligência. Por dominar os céus e o ar, simboliza o signo de libra, a chamada balança. Esse ser tem, principalmente, qualidades positivas, força na terra e no ar. Então pertence mesmo ao Sonho e não ao pesadelo.O grifo é, entre outras coisas, signo zodiacal que representa o senso de justiça apurado e valoriza as artes e a inteligência. Por dominar os céus e o ar, simboliza o signo de libra, a chamada balança. Esse ser tem, principalmente, qualidades positivas, força na terra e no ar; então pertence mesmo ao sonho e não ao pesadelo. Nesse poema, o lado penumbroso, sufocante, fica para o narrador de 1ª pessoa que é cercado pela indecisão e tece uma narrativa em que impera a ambiguidade, a dualidade que ora se harmoniza, ora dilacera. Aqui, o Grifo apresenta-se absoluto e parte, deixando paz de espírito ao eu-narrador que, no entanto, sofre no desassossego de abafado grito. Algo assim entre o sonho e a realidade do terror da noite insone. Belo texto, eu sou o que desmancha por derradeiro à beira dos parágrafos tortos, sinuosos e longos - harmonia e expressividade tanto nos significantes como nos significados nesse excerto, já vistas em todo o poema narrativo. Bela metáfora para a metalinguagem que também conduz a escrita. Gostei da organização em versos livres! Fiz essas considerações que são poucas para texto complexo e excêntrico, e sei não compreender o que os sonhos guardam / deixo-vos o dito por não escrito, o peso sofrido o dado por não pedido, sussurro soerguido / meu abafado grito levado na melodia do vazio Assim termina o longo poema obscuro, brilhante, obnubilado e nítido, com toda poesia de um sonho-pesadelo.[Helena Souza]

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