O escritor norte-americano Henry Miller, certamente um dos mais marcantes nomes da literatura do século passado, sempre tratou em suas obras de temas polêmicos ligados ao sexo. Em Dias de paz em Clichy relata essa experiência - dias de muito vinho e luxúria.
Ao mesmo tempo erótico e contemplativo, o livro é um álbum de recortes da época em que o autor era um escritor americano em ascensão vivendo numa Europa Pré-Segunda Guerra Mundial. Através de uma linguagem explícita e direta, Henry Miller se recorda do tempo em que Paris era realmente uma festa e apresenta ao leitor o personagem Joey - seu alter-ego. Com poucos trocados no bolso e desfrutando com gana a liberdade sexual existente na França, Joey celebra o boêmio estilo de vida da cidade através de seus famosos cafés e prostíbulos.
Duas vezes levado ao cinema (pelos diretores Jens Jorgen Thorsen e Claude Chabrol), o livro é diferente das obras densas e difíceis que deram prestígio a Henry Miller - principalmente Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio. Conduzindo o texto com uma energia que antecipa a prosa rápida e desbocada de autores como Charles Bukowski, Miller faz de Dias de paz em Clichy uma leitura empolgante que não nunca deixa de ser, como todas as suas grandes obras, recompensadora e inesquecível.
Literatura Estrangeira / Romance