Dicionário de SOCIOLOGIA

Dicionário de SOCIOLOGIA Luciano Gallino


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Dicionário de SOCIOLOGIA





Lula é de uma classe social diferente da de Fernando Henrique Cardoso. Severino Cavalcante é de uma classe social diferente da de José Dirceu. Mas o que significa “classe” em cada caso? Dicionários são para essas situações de emergência. Na dúvida sobre um termo qualquer, vale olhar a definição. Na procura pelo assunto, o tempo é mínimo. A informação obtida também é. Fugindo o lugar-comum, o Dicionário de Sociologia vai além das definições e procura, em cada verbete, contextualizar os termos e expressões da área. A característica principal do Dicionário é conjugar a facilidade de consulta à densidade da argumentação. Um conceito nunca é tratado de maneira isolada, mas colocado sobre um quadro de referências históricas e teóricas. No final, uma bibliografia complementar remete o leitor para mais informações. E, no texto, cada verbete correlato é indicado com uma pequena lente de aumento desenhada ao lado da palavra. O vocabulário da Sociologia parece familiar ao leigo. Ao contrário da Economia, por exemplo, a Sociologia utiliza palavras próximas do senso comum. Exatamente aí está o problema das definições simplistas. Na Sociologia, muitas vezes a mesma palavra tem significados completamente diferentes conforme o autor que a utiliza. O conceito de “classe social”, só para ficar com um exemplo, é utilizado por muitos pensadores marxistas - mas cada um deles explora a questão de um ponto de vista diferente, muitas vezes em conflito com outros sociólogos. Quanto mais genérico, mais problemático. O dicionário não é feito apenas para especialistas. Qualquer pessoa utiliza expressões sociológicas, mesmo sem saber. Quando se diz que “fulano é de classe média”, mesmo sem querer, entra-se nos domínios da Sociologia. Este dicionário evita erros comuns no uso desses conceitos. Mesmo quem nunca estudou Ciências Sociais pode usá-lo. Além das definições mais comuns, o Dicionário funciona como um grande tratado de Sociologia. A intenção do autor era exatamente essa. Conforme explica no prefácio, sua intenção não era apenas definir os conceitos em verbetes, mas criar conexões, caminhos e mesmo desafios intelectuais entre cada palavra definida. Essa estrutura em rede faz o Dicionário parecer, guardadas as proporções, uma espécie de página da internet, com links e remissões entre cada verbete. A vantagem é do leitor. Há surpresas na escolha. Fugindo do lugar-comum, em vez de se limitar a autores e escolas, traz textos específicos sobre algumas variantes da Sociologia menos exploradas. Quem procurar “comunicação”, por exemplo, vai encontrar um verbete correlato em “comunicação de massa”. “Sociologia do Conhecimento” está próximo de “Sociologia da Inteligência”, permitindo ao leitor uma compreensão de caráter global do conhecimento sociológico, fundada na própria experiência do autor. A primeira versão do Dicionário foi escrita em 1964/65, quando o autor era fellow (professor) na unidade escocesa da Universidade de Stanford. Novas edições permitiram cortes e emendas, mas o principal já estava pronto. Ao contrário de outros similares, feitos em equipe, o Dicionário de Sociologia foi escrito “da primeira à última linha por um único autor”, como explica no prefácio. Esse procedimento, de certo modo, garante a unidade orgânica do trabalho e seu estilo de tratado. Como deve ser em um dicionário, as opiniões expostas são as mais isentas possíveis, embora nos comentários e na bibliografia as escolhas do autor sejam evidentes por si. Ao contrário da maioria dos dicionários, que geralmente compila os conceitos mais famosos, o Dicionário explora outros aspectos da Sociologia. Não há, por exemplo, um verbete sobre “marxismo”, mas todos os conceitos principais da doutrina são explorados, de “luta de classes” à “consciência histórica”. O resultado é uma obra exaustiva, densa, mas ao mesmo tempo pronta para consulta. Fugindo ao lugar – comum explora as áreas específicas e oferece ao leitor um vasto panorama da Sociologia contemporânea. Ao optar pela análise temática em vez do circuito de escolas e temas, garante uma unidade ao livro muito distante da argumentação cerrada e incompreensível de alguns profissionais, mas também das ideias do senso comum. Além do óbvio.

Filosofia / Sociologia

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Victor Anderson
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15/05/2016 22:02:33

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