O livro traz a história de oito militantes presos com os filhos, dois adolescentes ativistas presos e torturados, quatro crianças sequestradas por militares, uma órfã criada por esquerdistas e dez jovens assassinados a sangue frio ou após sessão de tortura durante a ditadura (1964-1985). Um deles é André Arantes, 44, preso com a irmã Priscila e a mãe, Maria Auxiliadora. Apesar de não ter lembranças dos quatro meses que ficou encarcerado, ele se recorda do dia em que descobriu que o pai, Aldo Arantes, usava o nome falso de Roberto. Foi só a partir daí, e da prisão do pai um ano depois, que Arantes começou a entender que os pais militavam na resistência. "Tudo esclarecido, você começa a lidar com a história de ser filho de um preso político", diz. Outro personagem é Laerte Meliga, que completou 18 anos na clandestinidade e, pouco depois, foi preso. As marcas da violência na prisão e dos três anos e nove meses de encarceramento permaneceram. "Tortura é um processo absolutamente traumático, mas também marcou muito a solidariedade da cadeia", afirma. O livro faz parte do Projeto Direito à Memória e à Verdade lançado durante a 8ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
http://www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/media/livro_criancas_e_adolescentes.pdf