''Eis uma obra que dispensa o olhar dos prefaciadores. Moldado no estilo vulcânico de que o poeta Aimé Césaire possui o segredo, o discurso é tão transparente que a sua substância só se presta a uma interpretação: trata-se do processo dos valores da Europa capitalista, responsável por um odioso empreendimento etnocidário - a colonização; e, nessa perspectiva, é o requisitório mais virulento que um escritor negro jamais lançou, com tamanho talento, ao rosto dos opressores. Talvez convenha precisá-lo desde já: o autor dirigia-se aos intelectuais burgueses que pretendiam representar então a consciência liberal, mas também a todos os militantes fincados, do outro lado da barricada, na revolta nacionalista. Foram estes últimos, como se verá mais adiante, que melhor utilizaram este livro explosivo.'' (Mário de Andrade)
História / Política