Divas Abandonadas

Que mulher nunca sonhou em ser uma diva? Beleza, sucesso, dinheiro – parece a receita da felicidade para qualquer pessoa.



Segundo a empresária Costanza Pascolato no prefácio do livro Divas abandonadas, da jornalista Teté Ribeiro, "a vida parece mais fácil para as mulheres bonitas. Elas têm mais namorados, mais gente em volta, mais fãs. Mas isso não quer dizer que são mais felizes que as outras mulheres". As divas também sofrem por amor. E como quase tudo em suas vidas, fazem isso com muita intensidade.



Nos dias de hoje, cada detalhe da vida das mulheres lindas, ricas e famosas são acompanhadas segundo a segundo. Mas nos meados do século XX, o culto às celebridades já existia, mas a tecnologia era menos avançada, não havia sites de fofoca em tempo real e as câmeras fotográficas ainda não tinham sido embutidas em qualquer aparelho eletrônico. A intimidade dessas mulheres era um mistério, como se elas existissem em um universo paralelo, inatingível para meros mortais.



Teté Ribeiro surpreende ao revelar a vida e os amores de 7 entre as maiores divas do século XX: Jacqueline Kennedy Onassis, Maria Callas, Marilyn Monroe, Ingrid Bergman, Sylvia Plath, Tina Turner e Lady Di. O livro revela um trabalho de muita pesquisa e muito jogo de cintura por parte da autora, conhecida por seu texto leve, agradável e cheio de informações. Quando você começa a descobrir os segredos desses grandes ícones do século XX, é impossível largar o livro antes de devorá-lo.



Algumas dessas mulheres sofreram abertamente, como aconteceu com a princesa Diana, que morreu em 31 de agosto de 1997 quando, aparentemente, havia, encontrado seu grande amor. Nada mais longe da verdade. Diana fugia de um grupo de paparazzi com seu novo namorado, o playboy Dodi Fayed, mas ela nem tinha certeza se o romance sobreviveria ao fim do verão.



A morte de Marilyn Monroe sempre foi um mistério. Suicídio, overdose, assassinato? A atriz mais sexy da história de Hollywood viveu envolvida em grandes dramas. Sua busca pela fama e pelo amor a fizeram percorrer um caminho duro, que passou pela prostituição e por uma série de casamentos falidos. Além de uma porção de casos extraconjugais pelo caminho que chegaram até o presidente dos Estados Unidos, Jack Kennedy, para quem cantou o "Parabéns a você" mais famoso do mundo.



Jack Kennedy era casado com outra diva perfilada no livro, Jackie Kennedy, uma das que manteve seu sofrimento longe do público por toda sua vida. Os dois formaram um dos primeiros casal-celebridade criado pela mídia, muito antes de Brad e Angelina, Tom Cruise e Katie Holmes. Eram lindos, superfotogênicos, inteligentes, ambiciosos, apaixonados. Um par perfeito. Quase ninguém sabia na época, mas Jackie sofria muito com as traições do marido, que começaram antes da lua-de-mel e nunca deram trégua, até sua morte prematura em 1963, quando foi assassinado com um tiro na cabeça ao lado dela em uma carreata em Dallas, no Texas. Com seu segundo marido, o milionário grego Aristóteles Onassis, era ela que não mantinha a fidelidade. Nem a preocupação com dinheiro: torrou mais de 50 milhões de dólares em sete anos de casamento.



Onassis abandonou sua namorada de muitos anos para se casar com a ex-primeira dama dos EUA, com a certeza de que isso lhe favoreceria nos negócios. A cantora lírica Maria Callas, cuja história também é contada no livro, nunca se recuperou da traição. A dramaticidade tão celebrada em sua obra fazia sua vida pessoal ser uma tempestade de relações complicadas. A história de amor com Aristóteles Onassis deu à cantora seus momentos de maior felicidade. O abandono foi a causa de sua maior tristeza, da qual nunca se recuperou.



Essas e outras histórias contadas por Teté Ribeiro, como a origem das famosas perucas de Tina Turner (um dia, antes do show, resolveu descolorir o cabelo, mas o processo acabou a deixando quase careca. Com medo da fúria de Ike Turner, Tina não contou o que havia acontecido, cobriu a cabeça com uma peruca e entrou em cena, como se nada tivesse acontecido), fazem o livro Divas abandonadas uma leitura deliciosa.



Como todas nós, elas queriam ser amadas. Só que o príncipe encontrado nos filmes e na vida real, como no caso de Diana, era quase sempre um sapo visto pela lente míope de uma mulher apaixonada.

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