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Reinvenção

Desde sua invenção há mais de trinta anos, os jogos de RPG foram reinventados muitas vezes. Nasceram nos moldes dos wargames de mesa com miniaturas, com sua infinitude de regras. Certos jogos antigos, como o cultuado Rolemaster e o brasileiro Tagmar, às vezes traziam livros inteiros quase totalmente compostos por tabelas!

Não poderia ser assim para sempre. Veio o Mundo das Trevas, com seus vampiros galantes e lobisomens selvagens. Uma história rica ganhava mais importância que as regras, representar e interpretar era mais valioso que rolar dados. Agora, a moda eram livros puramente descritivos que citavam poucas ou nenhuma regra. Foi uma mudança agradável, necessária para amadurecer o hobby, mas muitos “veteranos” torceram o nariz.

A grande reinvenção seguinte, vocês já conhecem. A Licença Aberta d20 provou que não é preciso aprender mais um gazilhão de regras para jogar um novo RPG. Também provou que o Sistema d20 não veio “para a todos dominar”, como bradavam os resmungões. Autores talentosos mudam suas regras, produzem cenários e jogos totalmente novos. Importados como True20 e Mutants & Masterminds demonstram isso.

Estima-se que 1% da população dos Estados Unidos joga RPG. No Brasil, para sobreviver com um público muitíssimo menor, o hobby também teve que ser reinventado o tempo todo. Regras simples e rápidas para formar novos adeptos. Aventuras, suplementos e até cenários multisistema. Livros básicos baratos em formato de revistas, vendidos em bancas. Cenários amarrados a quadrinhos. Adaptações de filmes, séries, desenhos e games. Estética de anime. Novamente, não faltaram queixas e críticas, mesmo quando as novas fórmulas provaram ser bem-sucedidas.

Tudo muda. Sempre. Quem não está preparado para mudar, não está preparado para viver. E todos sabemos que, em jogos de RPG, tudo sempre pode ser mudado.

Equipe DragonSlayer