Que estranho poder é esse que leva uma mulher a colocar a própria vida em risco para continuar ao lado de um homem que a maltrata!? O que o move? Como explicar tamanha obsessão? Carlos dizia a Mônica que a amava, e que enlouqueceria se fosse obrigado a viver sem ela. Mas que amor é esse que machuca, tortura, aterroriza, subjuga e mata? E que amor é esse que se submete, se anula, se morre um pouco a cada dia?
Mônica tinha 13 anos, quando Carlos cismou que ela seria dele. Obcecado, ao longo de oito anos, destruiu toda e qualquer tentativa de vida própria que ela buscasse ter. Enfrentou obstinada e ferrenha oposição da mãe da menina, que parecia intuir o destino que a filha poderia vir a ter nas mãos daquele homem. Valeu-se de todo e qualquer expediente para fazer alcançar seu desejo, inclusive prerrogativas de militar do Corpo de Bombeiros.
Conquistou-a. Mais do que isso, tornou-a escrava de sua paixão desmedida.
Dividida entre o amor e o medo, Mônica bem que tentou resistir, buscando outros relacionamentos, com apoio da família. Chegou a casar-se com outro homem. Em vão. O destino, ou seja lá o que for, a atraía para o seu algoz.
Gercina, a mãe, quase enlouqueceu quando perdeu a filha. Mas encontrou uma razão para ressurgir das cinzas: criar os dois netos – órfãos também de pais vivos -, e fazer Justiça.
Não seria nada fácil. Esta saga a consumiria e a toda a família.
Crime / Literatura Brasileira / Não-ficção