O título faz menção ao livro A Viagem Vertical de Enrique Vila-Matas. O início da obra do escritor espanhol começa com a epígrafe de Vicente Huidobro : “Caia/Caia eternamente/Caia no fundo do infinito/Caia no fundo de você mesmo/Caia o mais baixo que possa cair.” A partir daí, surgiu a associação do título Ensaios para a queda com poemas que falam da queda humana – o abismo, a condição falha que conduz a humanidade ao seu limite e também à redenção.
A queda nada mais é que uma abertura à surpresa e às possibilidades infinitas da linguagem: o poema emerge da escavação interior.
No livro, é possível traçar um diálogo com autores que permeiam o imaginário poético de Fernanda, como Paul Celan; Maria Gabriela Llansol, entre outros.
No prefácio, o poeta, escritor e jornalista André Caramuru Aubert afirma que “se todos esses (e outros) ‘antepassados’ ajudaram a fazer da poesia de Fernanda o que ela é, eles não a explicam, não a definem e nem, finalmente, ajudam a classifica-lá. Alguns poemas me parecem quase um romance em miniatura, um daqueles no qual há um gigantesco cuidado formal com cada palavra, mas que lograsse contar toda uma extensa história em poucas linhas.”
Segundo André Caramuru Aubert “os poemas de Fernanda Fatureto explodem, enfim, com qualquer classificação. O que temos aqui são – em perfeita harmonia com uma das minhas definições prediletas sobre o que é um poema – preciosas peças de lirismo concentrado.”
Ensaios para a queda é dividido em três partes: Travessias, Miragem e Polifonia.
Literatura Brasileira