O livro, ao tratar com maestria da história da arte, traz também contribuições a várias outras dimensões daqueles densos tempos de transição. Os textos, em seu conjunto, tratam fortemente das políticas e práticas de memória e de esquecimento; das ações de construção e de destruição de patrimônio e lugares de memória. Como não deixar de ver e sentir nos textos aqui reunidos os impactos sofridos pela cidade de Ouro Preto, sua população e seu patrimônio histórico e artístico, com a mudança da capital do estado para Belo Horizonte? Como não perceber, no investimento para tornar a nova capital um símbolo da modernidade republicana, o combate ativo ao significado político e, portanto, simbólico do Império e da velha Ouro Preto? Mas como não perceber, também, nas penas, nas telas, nos textos de alguns dos artistas aqui reunidos, as primeiras tentativas de denunciar e proteger o importante patrimônio artístico da antiga capital mineira?
Artes / História do Brasil