É impossível levar uma vida ativa, com sentido e confiança no futuro, sem a capacidade de esquecer e, no momento oportuno, lembrar. Qual então a utilidade e a desvantagem da história para a vida, pergunta Friedrich Nietzsche (1844-1900) nestes "Escritos sobre a História"?
O excesso de história e memória paralisa. O passado deve ser esquecido para que um indivíduo ou uma cultura sejam capazes de se desenvolver de modo original, curar feridas, reparar perdas e se reinventar. O estudo da história deve ser orientado pela preocupação de agir contra o espírito de sua própria época, de encontrar o sentido do presente: construir um futuro que não seja mera repetição.
A história não tem sentido inevitável ou necessário, uma ideia errada e conformista: tem vários caminhos, é feita de decisões e acasos. Enfim, não é uma ciência de fatos mortos e de regularidades, mas uma ciência da invenção de culturas e sociedades.
Filosofia