Os papéis de Rodolfo Walsh que se apresentam neste livro constituem um diário intimo ou um caderno de apontamentos fragmentários. Grande parte desses papéis - arquivos, contos em que trabalhava, anotações-, foram roubados pelo grupo militar que invadiu o apartamento do autor em San Vicente em 25 de março de 1977, e foram parcialmente recuperados por familiares e amigos em distintas circunstâncias.
Trinta anos desde seu desaparecimento, o diário de Walsh, junto com vários contos inéditos, reconstruídos a partir de anotações soltas ("La fuga", "Adiós a La Habana", "Ese hombre"), volta a ser publicado com acréscimo de novos materiais (entrevistas, cartas) e um rastreamento de referências que permitiu restituir a maioria dos nomes próprios utilizados pelo autor.
A emboscada de que foi vítima Walsh pretendia apagar também os efeitos de sua obra escrita. Por isso, sua restituição é um ato de justiça, é a restituição de seus temas e preocupações, de sua maneira de pensar a literatura e, sobretudo, de sua biografia e seus textos, uma obra em curso.
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