007 - Espião e Amante (007 #10)

Espião e amante, história contada na 1ª pessoa, nos traz um James Bond dotado daquela virilidade, desprendimento, decisão e agressividade que representam uma parcela concreta da luta de bastidores entre as grandes potências, luta que se desenrola no dia a dia, enquanto o comum dos homens prossegue em suas existências tantas vêzes monótonas... Monotonia que de maneira alguma se inscreve na vida dos personagens dêste livro, que não a procuram, em suas existências arriscadas, trepidantes, passadas em diferentes países sob o signo do jôgo dos interêsses dos "grandes". Daí não se poder jamais qualificar de pura fantasia ou absurdo o que lemos e encontramos nas páginas do livro de Ian Fleming ora publicado. Ignorar que há mesmo James Bonds além e aquém da "Cortina de Ferro", às voltas com outros agentes, perigos inesperados a cada passo, segredos a deslindar, é ignorar em que mundo vivemos. E é justamente porque conseguiu nos transmitir com côres de autenticidade e vibração as peripécias por que passa James Bond e os que em seu caminho se interpõem, que Fleming tem o êxito que conhecemos.
Espião e amante não desmente os livros anteriores da série, aos quais, como verá o leitor, acrescenta uma dimensão nova, representada por esta narrativa feita por uma mulher e que, nem por isso (ou justamente por isso) é menos interessante. Mistério, sexo, violência, fundem-se em seus capítulos com maestria, justificando o êxito obtido pelo livro na Inglaterra e que, não duvidamos, também se dará entre nós.

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