A vida e seus fenômenos. A vida com seus motivos e suas fugas. Esse é o tema de “Estado da corda sol quando se exagera na tensão”.
Sonho, arte e fantasia alternam com temas prosaicos: trabalho, amor, insônia. E o modo de encarar a realidade — ora mais esperançoso ou pessimista ou pé-no-chão — muda a cada poema, como varia também no dia a dia, dependendo do humor com que acordamos. O desalento de “O ano que não acabou” dá lugar à resignação de “É a vida” ou a uma contemplação irônica das próprias tendências e pretensões, como se vê na trilogia poética “Sonhos” ou em “Frescura”.
Nenhuma das partes contém toda a verdade: a resposta está no todo. Como disse Rilke, no Livro das Horas: “Deixe que tudo te aconteça: beleza e terror. Apenas siga em frente. Nenhum sentimento é definitivo”.
De fato, sentimentos sucedem-se como os acordes numa canção, num ritmo que ora acelera, ora se acalma, até silenciar de todo.
Poemas, poesias