A solidão é condição humana. Existencial. A incompletude jamais preenchida. Vácuo. O vazio cheio de assombros que não param de acenar e se debater na interioridade de uma existência. Sentir-se como exilados de nós mesmos. Apartados de um tempo em si, como diria Kant. Somos condenados, de forma implacável, pelo instante e intervalo que jamais se fixam. Afinal, não custa lembrar com Deleuze: nada é mais misterioso do que a incomunicabilidade do presente. E esta incomunicabilidade atravessa as almas. A solidão é subterrânea. Pode aflorar a qualquer momento. Instantes de solidão. Intervalos em forma de casulos inexplicáveis.
Artes / Filosofia