Estigma, marca ou impressão, desde os gregos emprega-se como indicativo de uma degenerescência. Posteriormente, tornou-se o estigmatizado como protótipo do banido social, banido por exclusiva culpa sua. Ao defini-lo, penalizaram-no, colocando-o à margem da sociedade. Nesse incessante forjar de proscritos, não se cuidou sequer de perguntar, por exemplo, quem verdadeiramente é o marginal: o estigmatizado que a sociedade marginaliza ou a própria sociedade.
Este impressionante, veemente e lúcido livro reexamina os conceitos de estigma e identidade social, o alinhamento grupal e a identidade pessoal, o eu e o outro, o controle da informação, os desvios e o comportamento desviante, detendo-se em todos os aspectos da situação de pessoa estigmatizada; dos boêmios aos delinquentes, das prostitutas aos músicos de jazz, dos ciganos aos malandros de praia, do mendigo a quantos são considerados "engajados numa espécie de negação coletiva da ordem social", os que integram a "comunidade dos estigmatizados", todos têm, neste livro, sua imagem humanamente explicada à luz da antropologia social.
Literatura Estrangeira / Não-ficção / Sociologia