Você é estrangeiro, está cansado de estrangeiros, sente-se estrangeiro em seu próprio país? Então, este livro é feito sob medida para você, seu mal-estar, sua irritação, sua dor.
Uma das questões fundamentais que este final de séxulo XX nos impõe diz respeito, precisamente, ao "outro", o estranho, o estrangeiro. Como conviver com ele sem rejeitá-lo, menos ainda ceder à tentação de absorvê-lo?
Julia Kristeva nos convida a pensar a estranheza e a alteridade, numa viagem através da história. Dos gregos e seus metecos, passando por São Paulo, que fez dos trabalhadores imigrantes seus primeiros convertidos, sem esquecer Rabelais, Montaigne, Erasmo, Montesquieu, Diderot e Kant, até Camus e Nabokov, muitos meditaram sobre as maravilhas e as agruras da vida estrangeira. As inquietantes idéias de Freud arrematam esse longo percurso, sugerindo uma nova ética: não mais integrar o estrangeiro, mas respeitar sua votnade de viver diferente. Um direito que tem íntima relação com nosso próprio direito à singularidade, consequência, afinal, e das mais legítimas, dos direitos e deveres do homem.