O livro "Eu", única produção literária do autor, foi lançada inicialmente em 1912. O complemento "Outras Poesias" foi adicionado às demais edições, após a morte do poeta. Seu organizador, Órris Soares, entreteceu à criação mais antiga seus poemas atuais e o resultado foi a edição publicada em 1920 pela Imprensa Oficial da Paraíba, trazendo também o prefácio do responsável pela coletânea.
Esta obra é fruto de todas as orientações e inclinações literárias vigentes de fins do século XIX até o princípio do século XX. Portanto o autor não deixa de captar inspirações de movimentos como o Parnasianismo, o Decadentismo, o Simbolismo, e já traz em sua criação vários elementos que, mais tarde, seriam defendidos pelo Modernismo.
Com estas características, sua poesia deixou perplexa a cultura intelectual brasileira. Afinal, ele não se filiava a qualquer tendência e ousava criar uma obra original, única. Vários poemas de "Eu" são considerados os mais inusitados da literatura, justamente por seu pessimismo nato e pelas palavras que traduzem a podridão absoluta da matéria, a desesperança extrema, o perecimento das idealizações românticas e a inevitabilidade da morte do corpo.
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