Safiya vive num vilarejo ao norte da Nigéria, região em que islã aplica sua lei de modo demasiadamente arcaico e cruel. Segundo a Sharia, a lei islâmica, as mulheres que têm filhos fora do casamento são condenadas ao apedrejamento. Safiya foi uma delas. Tendo escapado da morte por um fio e se transformando em símbolo de um duro embate entre o poder central cristão, animista, e a poderosa autoridade muçulmana, Safiya conta sua história em primeira pessoa. E não é apenas a história de um símbolo nas atormentadas vicissitudes da África contemporânea, mas também, e sobretudo, o relato dos sentimentos e da visão de mundo de uma mulher que sempre viveu numa comunidade rural e pacífica. A história de Safiya é exemplar por ser uma história partilhada por milhares de outras africanas - mulheres que vivem em um continente permeado de profundas contradições e onde a vida das pessoas, muito freqüentemente, vale pouco mais que nada.