As exposições universais da indústria realizadas durante a segunda metade do século passado em Londres, Paris, Viena, Filadélfia e Chicago contaram quase todas com a representação do Brasil. Propondo-se a reunir e celebrar os melhores resultados da criatividade e do labor humanos, dos vários países do mundo, tiveram propósitos comerciais mas, como bem mostra esse livro, suas funções ideológicas sobrepujaram seu papel econômico.
Elas constituíram, de fato, a exaltação da produção mecanizada capitalista, num espetáculo ostentatório e lúdico capaz de atrair público de todas as classes e de atuar sobre o inconsciente coletivo. Nelas os inventos mecânicos e o objeto industrial foram sacramentados como mitos, símbolos que se tornaram da capacidade de domínio sobre a natureza, apanágio da burguesia controladora da produção.