Ao lançar a presente obra, contendo inclusive simpatias e benzimentos, pode alguém estranhar que, em pleno Século XX, ainda se acredite nessas "superstições" e "crendices", próprias de gente ignorante do Interior. No que tange à arte de curar, parece-nos — embora não a rigor — que o método antigo ainda é o preferido pelo nosso povo, sobrepondo-se à medicina alopátíca, isto é, à baseada na farmacopeia química, motivo por que muita gente dá cidade está retornando ao sistema de terapia de nossos avós, ao hábito das simpatias, benzimentos, ervas, emplastos, chás, mezinhas, banhos, etc., cujo princípio é bem mais tradicional, eficaz e conveniente, por não ocasionar efeitos perniciosos colaterais ou secundários, como sói acontecer com certas drogas químicas.
Com justa razão. Eis que a medicina acadêmica atual riu-se bastante de nossos avós. Mas, atentem para a aparente diferença e à lógica da concordância: Os antigos receitavam à pessoa anèmica, que tomasse vinho com prego enferrujado, porque lhe reconstituiria o sangue. No entanto, hoje, para a mesma enfermidade, os médicos receitam Citrato de Ferro, ou seja prego enferrujado! ... Nos ferimentos infeccionados, recomendava-se que se colocasse queijo embolorado sobre feridas bravas ou arruinadas. A Ciência riu a valer desse expediente tolo; entretanto, hoje se curam infecções com a penicilina, isto é, um antibiótico produzido do bolor!