"De certo modo, olhando no espelho de nós mesmos ou no espelho dos outros, construímos nossa provisória identidade pessoal a partir da experiência social, e a dor, o prazer, a alegria, a excitação sexual, a fadiga, a saúde e a própria morte são sintomas de problemas mal resolvidos que se dão para além das fronteiras conhecidas do Eu. O que persiste em nós, todavia, é uma ferida simbólica aberta para o tempo que jamais cicatriza, como uma tatuagem memorizada no corpo da própria condição humana.
As meditações que aqui são apresentadas tratam um pouco desta inquietação, mesmo que a forma de comunicá-las seja disfarçada em contextos os mais diversos. Mas, a palavra é mágica em seu texto, ocupando lugares diversos num crescente processo de hibridização discursiva, privilegiando o tempo e o espaço, pautando momentos de inquietação e de dúvida, até dar-se de alguma maneira, como um contributo importante à construção dialógica de qualquer discussão. A palavra sou eu, és tu, somos nós."
Filosofia