Frantz Fanon e a Revolução Argelina

Frantz Fanon e a Revolução Argelina Walter Lippold


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Frantz Fanon e a Revolução Argelina





No presente livro Walter Günther Rodrigues Lippold analisa a circulação de ideias fanonianas em uma rede intelectual, através dos artigos do jornal El Moudjahid atribuídos a Frantz Fanon, buscando as conexões dessa escrita jornalística, mais cotidiana, com suas obras teóricas, publicadas durante a Guerra da Argélia: L’An V de la Révolution Algérienne e Os Condenados da Terra. Pesquisou o autor a circulação de ideias sobre a revolução, na rede intelectual argelina formada pelo El Moudjahid, e sua redação, dentro de uma concepção de sujeito coletivo, ou seja, a imersão do indivíduo e sua autoria intelectual na coletividade de uma organização revolucionária. O texto imediato, jornalístico, com a ambiguidade de não ter sido assinado, é uma das bases onde Fanon desenvolve e reelabora sua teoria, nas obras posteriores. A Guerra da Argélia ocorreu entre 1954 e 1962 e desde o ano de 1956, o jornal El Moudjahid foi o órgão oficial da Frente de Libertação Nacional (FLN), tendo um caráter de criação coletiva em sua redação, que era uma estrutura de sociabilidade de uma rede que conectou diversos intelectuais argelinos e estrangeiros solidários com a causa argelina. Com a sua presença na Argélia, primeiro como psiquiatra do Estado francês, depois na Tunísia como médico, militante e intelectual da FLN, Fanon produziu, reelaborou e circulou ideias, sendo colaborador do jornal El Moudjahid e embaixador do Governo Provisório da República Argelina (GPRA) na África. O mergulho intelectual do pensador martinicano na Revolução Argelina, sua escrita cotidiana e participação em um sujeito coletivo influenciou os rumos da revolução africana, posteriormente alcançando movimentos na América, como os Panteras Negras e revolucionários que resistiam às ditaduras do cone sul. O El Moudjahid tornou-se o nó principal de uma rede intelectual, onde circularam ideias fundamentadas na africanidade do pensamento, através de sujeito coletivo que recebia, reelaborava e emitia conteúdos revolucionários, perpassados pelas contradições entre nacionalismo, islamismo, socialismo e africanidade, entre cultura árabe e magrebina. Desde Pele Negra Máscaras Brancas, Fanon mantém o núcleo de sua teoria e método, desenvolvendo-os através de seu contato com a revolução na Argélia. Fanon é o intelectual mais importante da Revolução Africana, pois traduz a guinada teórica dos pensadores colonizados, para uma libertação perante a colonialidade do saber e introduz reflexões profundas sobre a consciência nacional, sobre a violência e sobre as contradições do pós-independência.

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