Organizada em três partes – dialética e trabalho; política e revolução; estética e luta ideológica –, em um reflexo do caráter multifacetado da obra de Lukács, o livro revela as múltiplas frentes nas quais se apresenta a relevância do pensamento lukacsiano hoje. Na introdução, o pensador húngaro Csaba Varga defende, como marco teórico definitivo, o incompleto projeto ontológico de Lukács – presente nas páginas póstumas de Para uma ontologia do ser social – como “uma das mais elevadas sínteses de sua obra e que deve ser vista como sua última e duradoura mensagem”. Daí a difícil tarefa a que os autores deste livro se propõem, pois parte da inestimável riqueza da obra lukacsiana está também em sua incompletude: trata-se de um projeto que só se realizará plenamente no momento da emancipação humana.
Mais do que um atestado da relevância do pensamento de Lukács para a contemporaneidade, o livro reflete sua urgência em tempos de barbárie social. Nas palavras de Angélica Lovatto, que assina a orelha, György Lukács e a emancipação humana representa “uma importante trincheira para o combate ao avanço da onda pós-moderna com a qual nos debatemos em difícil peleja nestes tempos bicudos de crise da ordem societária do capital e seus efeitos nefastos para o mundo do trabalho”. Constitui leitura e ponto de partida obrigatórios para pensar a reconstrução dos patamares teórico-práticos – sólidos, mas não dogmáticos – para a tão almejada emancipação humana.
Sociologia