Uma das melhores criações da ficção da Guerra Fria está de volta. Em "Havana", Martin Cruz Smith continua a série de aventuras do policial moscovita Arkady Renko iniciada com Parque Gorki.
Dessa vez, o relutante herói - após gastar todos os seus rublos numa viagem à Cuba - é designado pela embaixada russa para localizar um amigo desaparecido. Em seu quarto livro da série, Smith consegue, mais uma vez, transformar Renko num clássico herói russo, tanto no comportamento quanto no temperamento. O autor conhece como poucos as fraquezas do espírito humano. E as coloca em suas obras com escrita cuidadosa e sinceridade desconcertante.
A ironia característica nas novelas de Smith também está presente no livro. Seja no policial obcecado com a verdade - mas disposto a trabalhar para os que a distorcem -, seja no retrato de um país comunista, onde os russos são tratados com desprezo - odiados por se renderem ao capitalismo.
Uma perfeita novela de espionagem, onde o mais interessante protagonista de Smith, o inspetor Renko - cético em relação aos caminhos tomados pela mãe Rússia e com tendências suicidas após a morte da namorada -, acredita ser capaz de encontrar a paz ao resolver o mistério que envolve o desaparecimento e possível homicídio do amigo general Pribluda.
A trama se torna ainda mais interessante pelo cenário pitoresco da baía de Havana e pela tendência de Renko de enganar as autoridades locais. Enquanto busca sozinho as respostas e conquista os leitores.
Crime / Literatura Estrangeira / Suspense e Mistério