Esta obra vem enriquecida de outros trabalhos, que revelarão ao leitor brasileiro diferentes facetas do gênio ensaístico de Borges, seja como estudioso da literatura islandesa antiga, seja como teórico da metáfora, seja como teórico da tradução.
História da Eternidade, de Jorge Luís Borges, reúne alguns ensaios eruditos principalmente sobre a noção de Eternidade, seus defensores e detratores surgidos ao longo do curso histórico do pensamento metafisico e da arte literária, bem como sobre a problemática da circularidade do tempo e a possibilidade de tempos múltiplos igualmente verdadeiros, igualmente falsos. A obra constitui uma esplêndida introdução ao universo das inquietações metafisicais do escritor que os seus contos fantásticos, já publicados pela Editora Globo, encerram, com igual poder de depuração estilística. Se por um lado, esses relatos borgianos rompem deliberadamente as fronteiras entre o ficcional e o ensaístico, renovando desse modo a literatura de imaginação em língua espanhola, por outro lado os ensaios do autor não são destituídos de qualidades ficcionais,. Isso se torna possível em virtude da ousadia e da engenhosidade com que ele converte, de maneira pouco ortodoxa, a substancia das graves doutrinas dos filósofos em matéria de seus jogos mentais e de sua irônica argumentação acerca das tentativas do homem, produto do Tempo, pensar a Eternidade e penetrar, impotente, mas audacioso, no plano divino do Universo.
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