História da Historiografia

História da Historiografia Conselho Editorial; Durval Muniz de Albuquerque (UFRN); Estevão de Rezende Martins (UnB); Helena Mollo (UFOP); Lucia Maria Paschoal Guimarães (UERJ); Pedro Spinola Pereira Caldas (UNIRIO); Raquel Glezer (USP); Sérgio da Mata (UFOP); Temístocles Cezar (UFR


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História da Historiografia


Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia




O terceiro número de História da Historiografia apresenta algumas das possibilidades
mais fecundas de abordagem de um campo disciplinar cuja busca de autonomia não
implica insulamento, mas, antes, experimentação.
Entre os artigos, o leitor poderá verificar como a história da historiografia precisa
pensar a estrutura da linguagem, algo vivamente debatido no artigo de Hans Ulrich
Gumbrecht, a quem aproveitamos, aliás, para agradecer pela generosa cessão do texto.
Em suas reflexões, Gumbrecht demonstra mais uma vez como não é mais possível para o
historiador ignorar a contribuição da filosofia de Martin Heidegger, sobretudo, o que
implica para a história o conceito de presença.
A história da historiografia também é um laboratório de análise conceitual, como
vemos nos trabalhos de João Paulo Pimenta sobre o emprego da categoria de Revolução
na historiografia sobre a Independência brasileira e de Everton Grein sobre o conceito de
transição na Antigüidade tardia.
E não fica por aí. A vocação crítica e reflexiva do campo também se faz presente
nos trabalhos de Ítala Byanca da Silva sobre a construção da imagem de Capistrano de
Abreu feita por José Honório Rodrigues e na contribuição de Leandro Hurst e Andréa
Frazão sobre a Reforma Gregoriana. E, claro, a reflexão sobre seus limites implica, sempre,
a consideração de outras possibilidades de expressão, como podemos ver nos estudos
de Cássio Fernandes sobre a importância da biografia, autobiografia e crônica
historiográfica renascentista; e nas ponderações de Pedro Telles da Silveira sobre os
aspectos ficcionais da “Crônica do Descobrimento do Brasil”, de Varnhagen.
Neste novo número, História da Historiografia aposta com mais veemência na
exploração de um veículo de discussão e reflexão cada vez mais requisitado: as resenhas.
Poucas são as formas de se realizar um debate efetivo no campo, e abrir tal espaço de
interlocução é, para os editores, um genuíno prazer. Desta feita, os colaboradores da
revista oferecem, nada mais, nada menos, do que oito livros postos em debate e discussão
para o conhecimento do público interessado. Há para todos os gostos: um trabalho a
seis mãos de Georg Iggers, Edward Wang e Supriya Mukherjee, analisado por Jurandir
Malerba; dois estudos sobre a concepção de história na antiguidade (o clássico de
Luciano de Samósata e a obra de Maria Aparecida de Oliveira Silva sobre Plutarco,
respectivamente resenhadas por Henrique Estrada e Luiz Otávio de Magalhães); duas
obras sobre paradigmas historiográficos modernos (“Dinâmica do Historicismo”, coletânea
organizada pelos pesquisadores do NEHM/UFOP e analisada por Arthur Assis, e “Um
iluminismo português”, obra de Flávio Rey de Carvalho apresentada por Ana Rosa Cloclet
da Silva); duas compilações argentinas sobre história regional e provincial, cujas resenhas
foram assinadas por Leonardo Simonetta e Horacio Miguel Hernán Zapata, algo que
permite um melhor conhecimento de uma historiografia vizinha, porém ainda infelizmente
ignorada entre nós; e uma obra sobre o IHGB, que sempre merece destaque aqui na
História da Historiografia, agora com a resenha assinada por Hugo Hruby do livro de
Lucia Guimarães, “Da Escola Palatina ao Silogeu: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
(1889-1938)”.
Aliás, com a Profa. Lucia Guimarães inauguramos uma nova seção da nossa revista:
a de entrevistas. Nenhuma área do conhecimento é feita descolada das motivações
intelectuais, da trajetória dos pesquisadores que a fizeram lenta e pacientemente ao
longo do tempo. Esperamos que a entrevista, feita por Valdei Araujo, seja apenas a
primeira de uma série que testemunhará a própria história das pesquisas teóricas e
historiográficas no Brasil, construindo, assim, a memória de nosso campo.
Por fim, já que falamos de tradição e de novos espaços da revista, damos
continuidade no terceiro número a uma iniciativa nascida no número anterior, qual seja, a
de apresentar documentos comentados. Desta vez, o leitor terá acesso ao importante
Programa historiográfico da Academia Real Portuguesa, de 1720, publicado por Taíse
Tatiana Quadros da Silva.
Esperamos, com isso, que mais uma contribuição tenha sido feita para a investigação
das reflexões do historiador sobre seu trabalho. Boa leitura!
Os Editores

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Edsondasilvacg
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02/06/2014 14:53:49

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