Com riqueza de imagens, belíssimas ilustrações, detalhamento e rigor informativos, Homens da África, lançamento de Edições SM, traça um panorama da organização econômica, social, política e cultural dos habitantes da Costa do Marfim, na África Ocidental.
Concebido e escrito por Ahmadou Kourouma, um dos mais importantes autores africanos, reconhecido internacionalmente, o livro é constituído de quatro capítulos – “O caçador”, “O príncipe”, “O griô”, “O ferreiro” – estruturados em três seções: texto informativo, narrativa ficcional e glossário de termos africanos.
Através das figuras do griô, do príncipe, do ferreiro e do caçador, emblemáticas nas comunidades africanas do oeste do continente, é possível montar um quadro significativo e detalhado da organização da Costa do Marfim, enfocando algumas das principais questões da realidade desses povos, como a tradição oral, os ritos de passagem, os aspectos do dia a dia (roupas, moradias, objetos, afazeres etc.) e, também, a relação entre sagrado, cotidiano e arte – marca cultural distintiva que aproxima diferentes culturas africanas.
Em relação ao conteúdo e suas possíveis aplicações pedagógicas, o livro apresenta algo novo ao público jovem e por meio de uma forma igualmente inovadora. É grande a carência de materiais que tratem da África em sua diversidade: como um continente, com diferentes povos, línguas, histórias e culturas. Nesse sentido, Homens da África é, além de tudo, uma obra de contribuição fundamental ao estudo da História da África, obrigatória na Educação Básica.
Sobre o autor – Ahmadou Kourouma (1927-2003) é um autor africano de enorme importância e sucesso editorial na Europa e na África. Sua trajetória política foi marcada pela contestação dos regimes autoritários na África, e pela crítica contra os abusos sociais, do poder econômico, da colonização francesa. Exilado várias vezes, morou em diversos países. Formou-se em matemática em Paris e Lyon, mas virou escritor. Em seus livros, emprega um tom seco, misturando o francês com as línguas nativas. Recebeu mais de 15 prêmios literários. No Brasil, publicou, pela Estação Liberdade, Alá e as crianças-soldados.