Luiz Gama nasceu livre, filho de uma quitandeira africana liberta e de um fidalgo branco, mas foi vendido como escravo pelo próprio pai para saldar dívidas de jogo. Aprendeu a ler e a escrever e usou essas armas para lutar pela própria alforria. Ao se tornar adulto, conseguiu comprovar a injustiça e assumiu papel destacado na causa abolicionista. Mesmo sem ter formação, atuou como advogado de escravos, defendendo-os em causas de direitos de alforria.
Gama ocupou importantes espaços políticos e explorou o alcance da imprensa para amplificar sua voz e denunciar abusos de poder dos senhores escravocratas. Esta coletânea reúne alguns dos mais eloquentes artigos que Gama publicou em jornais paulistas e também exemplos de sua produção poética, na qual o autor adotou a sátira como recurso para criticar as mazelas sociais e denunciar o autoritarismo arraigado.
O retrato ridículo que Gama faz dos poderosos permanece atual e intacto um século e meio depois.
Filosofia