Húmus

Húmus Raul Brandão


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Húmus





Publicado pela primeira vez em 1917 e escrito durante a primeira Grande Guerra (1914-1918), "Húmus" é a primeira obra portuguesa de caráter existencialista – um movimento tornado popular durante o século XX em plena convulsão das guerras mundiais, como maneira de reafirmar a importância da liberdade e individualidade humana, em abordagens sobre a angústia existencial, a existência de Deus, a vida e a consciência.

O título da obra, "Húmus" – o composto de detritos vegetais e animais, a parte fértil do solo, onde todos apodrecem "juntos na mesma terra misturada e revolvida", como o próprio autor o refere – é o ponto de partida para uma análise temática sobre a morte e a regeneração da vida, numa perpétua continuidade. Temas muito próprios do existencialismo que se debruça sobre o sentido da existência da humanidade, ao mesmo tempo que a define.

Quando saiu, a obra foi veementemente rejeitada tanto pelo público como pelos críticos literários da altura. Foi definida por muitos como sendo desnecessariamente complexa, sem uma estrutura narrativa concreta e impossível de catalogar. Realmente, o "Húmus", não tendo os pressupostos necessários para ser um verdadeiro romance, também não é um ensaio nem é um diário embora esteja escrito nesse formato. Houve alguém que a definisse com "um poema contínuo" por ser quase um texto lírico, com questões filosóficas, mas escrito em prosa.

Apesar da má recepção do público a obra teve um grande impacto nos meios literários, tanto que Raul Brandão passaria a ser apelidado como "o autor do Húmus", apesar de escrever outras obras de grande aclamação e sucesso literário. Nada faria prever na altura que essa mesma obra era apenas o começo de um novo movimento literário e que influenciaria toda uma geração de novos escritores como Agustina Bessa Luís, Virgílio Ferreira, António Lobo Antunes ou José Saramago.

O poeta e ensaísta David Mourão-Ferreira escreveria sobre o Húmus, anos mais tarde: "Acabo de reler o 'Húmus', de um fôlego, numa só noite, e dessa leitura saio, ao mesmo tempo, sufocado e eufórico, impregnado até aos ossos de uma sensação física de ‘mixórdia’ e de espanto."

Literatura Estrangeira

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on 25/1/15


“Raul Germano Brandão, militar, jornalista e escritor português, famoso pelo realismo das suas descrições e pelo lirismo da linguagem. As suas primeiras obras enquadram-se na corrente nefelibatista.” A escrita é descritiva de sentimentos de alma tenebrosos, resvalando para um discurso em que o sonho, a semi-consciência, e filisofias existencialistas conduzem a escrita. Não há uma história: há uma “Vila”, com alguns personagens, mulheres e velhas. Há decrepitude. Discorre sobre temas, ... leia mais

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