Retratos são imagens negociadas entre os artistas e os retratados. Uns e outros se servem dessas representações para expressar seus anseios e dificuldades nos diferentes domínios da experiência social. Beleza, amores e sentimentos arrebatados; pretensões materiais, de prestígio e de poder; embates institucionais e rivalidades políticas - eis alguns dos ingredientes mobilizados nesse inesgotável jogo de imagens. Ao tomar como eixo de sua análise a produção retratística de Cândido Portinari, Sergio Miceli abre uma trilha fecunda para o estudo das relações entre cultura e poder durante o período Vargas, criando um ensaio inovador, peculiar retrato das elites brasileiras de então.