Estas crianças estão sendo perdidas. Seu futuro está previsto por uma sinistra cumplicidade entre a institucionalização, a burocracia e a incapacidade de se lidar com o problema do menor carente no Brasil. Sônia Altoé traça, neste livro, um vasto painel a partir de sua própria experiência como psicóloga das crianças internadas. Do seu ponto de observação privilegiado ela pode analisar as instituições, os internatos-prisão, as relações invisíveis que permeiam o cotidiano destas crianças. Sua narrativa é pessoal, de corte cinematográfico, e seu texto, vibrante, é incomum em obras deste padrão. O painel que Sônia traça é inesquecível e em muito influenciará as decisões sobre o problema no Brasil. Um livro fundamental para um tema fundamental.